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Recorde-se que o Terminal XXI era um dos que tinham sido escolhidos pela Maersk, MSC e CMA CMG para operar algumas rotas da aliança.
Contactado pelo Negócios, o presidente da Administração do Porto de Sines, João Franco, afirmou que a infra-estrutura "poderia beneficiar desta aliança, mas a sua estratégia está delineada para o desenvolvimento com ou sem P3. Assim, com ou sem P3, o crescimento do Porto de Sines e a operação no Terminal XXI não serão afectados".

Fernando Grilo, administrador da consultora Logistema, que trabalha com o sector da logística, explicou que a decisão da China, que data de 17 de Junho, acabou por ir contra a opinião de muitos outros países, incluindo os EUA, que já tinham aprovado a aliança. Segundo o responsável, os argumentos usados pela China focam-se sobretudo em questões de redução de concorrência e pressão acrescida nos operadores portuários, que poderia reduzir a liberdade negocial.

Fernando Grilo referiu que "a Maersk, a CMA CGM e a MSC tinham o namoro muito avançado e em alguns tráfegos o casamento quase consumado. As encomendas de navios de mais de 18 mil TEU pelos membros da aliança e pelos concorrentes já estavam colocadas. Para tirar partido das economias de escala desses navios a aliança era considerada fundamental". A Logistema considera que "não se tratava de uma aliança puramente operacional porque a partir do momento em que as três multinacionais se sentam à mesa, a tendência é também para discutir preços e relação com os clientes".

Artigo publicado na edição de dia 30 de Junho de 2014 por Alexandra Noronha no Jornal de Negócios.